Zanga
Ela andava de um lado para o outro, não aceitava ainda a paz que ele lhe oferecia com o olhar.
Estava encostado a uma parede, sabia que por enquanto era inútil tentar acalmá-la.
Ela olhou-o, perguntou:
- Não dizes nada?
Nem esperou resposta, continuou repisando chão e argumentos.
Parou, repetiu:
- Não dizes nada?
Estendeu o braço, puxou-a:
- Cala-te, chega. Faz amor comigo.
O corpo dela tremia de zanga, os braços caídos em recusa.
Encostou o corpo ao dela.
Calou-lhe com a boca, na boca, as palavras as recriminações.
Começaram a amar-se em zanga os corpos tensos, os gestos bruscos rápidos. Cada gesto um golpe. Arrancaram do corpo um do outro os gemidos. Ultrapassaram-se em carícias. Exigiram um ao outro o prazer.
Transpirados, exaustos afastaram-se. Ele estendeu a mão… Ela aceitou.
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