As palavras e o dia-a-dia
As palavras, por vezes, são exactamente aquilo que se diz, de forma racional, e não aquela frase bonita, transcendente, etérea, em que a poesia as transforma. A dor, dói. Não aquele doer, estado de alma, em que o poeta mergulha e se inspira para escrever, mas o doer físico, tangível que rasga a carne e impede a escrita. A Raiva é mesmo raiva, a vontade de quebrar tudo e bater em alguém. Não é o impulso momentâneo que cria as palavras e depois se esvazia, é a vida... aprendemos sempre, é algo contínuo... Medo é medo, terror. Sente-se... Faz enrolar o corpo como quem foge ou se esconde. Eu, gosto de poesia, de ler, escrever... Posso transparecer, por palavras, sentimentos que incorporo ou emoções verdadeiras, mas tambem posso através delas esconder a minha dor... real. Não gosto de subverter aquilo que sinto, jamais o faço... Temos se ser concisos, precisos e objectivos com (todas) as nossas acções não adulterando nem escondendo nada. Podemo-nos esconder nas palavras, fingindo, mentindo que não temos medo, raiva ou dor... ou afirmando que amamos e/ou gostamos. É rídiculo... descobrimos sempre, mais tarde ou mais cedo. Por mais fortes que sejamos, temos sentimentos, somos humanos, sofremos, choramos, desesperamos, sentimos quando algo não está bem... Pergunto, porque as coisas não podem ser Simples e a vida intensamente vivida? ...não entendo.
As palavras, são apenas e só palavras bonitas que se partilham.... Verdadeiras ou não? Compete a quem escreve essa questão.
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